Não podemos falar em
enriquecimento ambiental sem tocar em bem-estar animal , e falando sobre BEA
ligamos imediatamente à estresse , ou seja , aspectos fisiológicos,
comportamentais e emocionais . Bastante
difundido na década de 80, o enriquecimento ambiental começou a ser utilizado principalmente
em zoológicos para melhorar a qualidade de vida dos animais em cativeiro.
Buscava-se aproximar o ambiente do
cativeiro daquele que o animal teria em condições naturais no seu habitat. Com
isso, a conservação da espécie teria mais garantias uma vez que se criavam condições
semelhantes àquelas que possibilitavam a sobrevivência e a reprodução dos
animais, melhorando consequentemente sua qualidade de vida.
Utilizado também para
animais de produção, além dos animais silvestres, o termo passou também a fazer
parte da vida dos animais de estimação. Ações de enriquecimento ambiental
começaram a serem utilizadas para cães e gatos, uma vez que com a urbanização
esses animais tornaram-se companhias constantes de pessoas que vivem em apartamentos.
A questão é como tornar esses locais próprios para que os animais de estimação
possam expressar o comportamento natural de sua espécie. Cada vez mais nos deparamos com tutores que
dizem que seus animais destroem móveis e objetos quando na verdade o que pode
estar acontecendo é que os animais não estão tendo estímulos corretos e acabam
se entediando. Um manejo adequado e a
colocação de alguns itens no ambiente pode trazer uma mudança significativa na
vida do cão ou gato, que podem expressar
seu comportamento tendo suas necessidades atendidas. Quem decide ter um cão
deve saber que eles precisam se exercitar para gastar energia e que são animais
sociáveis, não gostam de estar sozinhos.
Cães que passam muito tempo sozinhos, sem gastar energia, podem apresentar problemas como estereotipias(
movimentos repetitivos como correr atrás de sua própria cola) , excesso de
latidos , destruição do ambiente. Já o
gato não se importa de ficar sozinho várias horas, mas pela sua anatomia tem a
necessidade se arranhar para afiar suas unhas e limpá-las, ao mesmo tempo que
necessita alongar seus músculos e gosta de desafios como se estivesse caçando,
semelhante aos grandes felinos.
Sentindo essa necessidade na
própria pele, um grupo de amigos que tinham como animais de estimação os gatos Angus e Ozzy resolveram fazer um projeto para
os animais que sofriam com a falta de espaço e não podiam expressar seu comportamento
normal . Alex Barcelos (projetista), Aline Klein (Designer de produto) e
Douglas Alves (Designer de produto) fizeram um projeto especial para seus
felinos e assim nasceu SE ESSA CASA FOSSE MINHA (SECFM- facebook.com/secfm).
Além dos felinos serem atendidos nos projetos, o trio já está desenvolvendo uma
linha de produtos para cães, seguindo
com a proposta de satisfazer o bichinho
de estimação e o tutor quando o assunto for DESIGN DE INTERIORES. O
protagonista , segundo eles são os pets, mas não deixam de lado o dono dos
animaizinhos.
![]() |
Alex Barcelos, Aline Klein, Douglas Alves |
Alguns indicativos que seu pet está entediado e necessita
de estímulo para expressar seu comportamento natural:
Cães: destruir objetos, excesso de latidos e uivos, roer móveis
e batentes de portas, depressão, andar de um lado para outro, correr atrás do
rabo, correr em círculos, urinar e defecar em locais diferentes do habitual.
Gatos: ficar escondido
muito tempo dentro de sua casinha e atacar pessoas ou animais que passam na
frente, não ter interesse em brincar, miar mais do que o normal, seguir o dono
por todo o lugar, arranhar em excesso os móveis, urinar e defecar fora de sua
caixinha marcando território.
Um médico veterinário poderá avaliar a situação. Caso seu pet apresente esses sinais quem sabe
não é a hora de entrar com medidas que atendam as necessidades comportamentais,
afinal, PETS FELIZES, TUTORES TAMBÉM FELIZES!