Publicação no Jornal Zero Hora, do dia 11/10/2012,
chamou a atenção para a morte de um peão
que caiu em um açude e se afogou quando tentava fugir do ataque de um touro da
raça holandesa. No relato, a esposa do peão disse que o mesmo tentava capturar
o touro com uma corda. No Brasil não existem dados específicos sobre esse tipo
de acidente, mas em outros países a morte de pessoas que lidam com animais,
especialmente touros, apresentam números significativos. Nos Estados Unidos, um
relatório onde foram analisadas as fatalidades que ocorreram entre os anos de
2003 e 2008, dá conta que aproximadamente 20 pessoas por ano morrem no país por
ataques de bovinos. Estudo semelhante foi realizado na Turquia, onde se
analisou casos de morte e de traumatismos provocados por touros. As causas
dessas mortes podem muito bem ser analisadas à luz do tema interação
homem-animal. O conhecimento do comportamento animal é fundamental para
diminuir os riscos nas atividades que lidam com animais de grande porte.
Relação
tratador-animal: toda a pessoa que manuseia o gado deve
ser competente, apta e ágil o suficiente para a tarefa que está realizando. Crianças e adultos com mais
de 65 anos, segundo estudos, são os mais suscetíveis a se envolverem em
acidentes fatais. Os tratadores devem ter uma boa compreensão de como os animais são em
relação ao comportamento e estar ciente do perigo potencial que eles possam representar. Buscar e
treinar uma rota de fuga ou refúgio
antes de trabalhar com o gado em uma propriedade é uma atitude ponderada a ser tomada. Ter
cuidado com as vacas com bezerros
recem nascidos; elas são mais propensas a atacar, bem como as vacas em cio, que podem ser imprevisíveis. Os
tratadores devem usar vestuário de proteção e calçados adequados. As
instalações de manejo devem ser bem desenhadas e devem ser revisadas
periodicamente na tentativa de diminuir estresse dos animais. O tratador não deve
entrar abruptamente no “ponto cego” do animal, onde este não consegue enxergar,
ou na sua “zona de fuga”, pois pode assustá-lo e ser visto como um predador.
Entende-se por “zona de fuga” o máximo de aproximação que um
animal tolera a presença de um estranho ou do predador, antes de iniciar a fuga.
Relação animal-tratador: todos os bovinos
têm um "fator de imprevisibilidade". Baseado nisso, uma serie de
medidas podem ser tomadas para evitar riscos. Nunca vire as
costas para um touro ou confie
em um touro, não importa o quão
dócil ele pode
parecer. Touros leiteiros são geralmente mais agressivos do que os de
raças de carne. Touros são possessivos de seu rebanho e
podem ver o humano como seu concorrente. Comportamentos perigosos podem surgir
de vários fatores como: base genética, experiências passadas ( bovinos tem
memória longa e podem lembrar de situações aversivas), separação de seus
companheiros de rebanho ( bovinos são altamente sociais dentro do grupo) e fator hormonal ( vacas após o parto podem ter atitudes inesperadas).
Estar atento na realização de atividade
normais de manejo, onde o animal possa se sentir acuado e amedrontado.
O conhecimento do comportamento animal, suas
peculiaridades e particularidades, aliados aos devidos cuidados que atividades
dessa natureza necessitam e devem ter, são fundamentais tanto para os humanos
como para os bovinos.
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