A dor pela perda de um animal é
muito grande e já é reconhecido por psicólogos que o luto decorrente dessa
perda é semelhante ao luto com a perda de uma pessoa. A morte de um animal é a
perda de um amor incondicional. Em
crianças, idosos e casais sem filhos esse sentimento pode ser muito mais
intenso. As crianças tendem a ficar menos tempo enlutadas, mas o sentimento tem
a mesma intensidade. Preparando-as para isso fica mais fácil, uma vez que o
ciclo de vida dos animais é menor do que o dos seres humanos. Acompanhando o ciclo de vida deles
conseguimos entender e nos preparar para o nosso próprio ciclo de vida. Quando a morte de um animal já é esperada
pela questão da idade sendo ele idoso vamos nos organizando para isso, embora a
dor seja igual e demoramos até aceitar o luto e estarmos prontos para ter outro
animal. Porém nunca estamos preparados para a morte de nosso animal de
estimação em circunstâncias em que seu tempo de vida natural foi abreviado.
Comum hoje em dia são os atropelamentos decorrentes de fugas. Casos graves, de fraturas múltiplas,
geralmente levam ao óbito. Também nos deparamos com casos de brigas entre
animais que defendem seu território. As lesões podem ser tão sérias que mesmo
com intervenção imediata do médico veterinário alguns casos nada podem ser
feito. Podemos ainda nos deparar com complicações
decorrentes de uma cirurgia, mesmo que eletiva, em um animal saudável. Toda a
cirurgia envolve riscos, e estamos acostumados com isso quando se trata de
humanos. Mesmo que todos os cuidados sejam tomados é necessário considerar as
respostas individuais de cada paciente. Existe, ainda, na pratica veterinária
uma resistência à realização de exames laboratoriais prévios principalmente
pela questão do custo, não sendo autorizado pelo proprietário. Isso é um dado interessante pois quando se
trata de humanos ninguém pergunta, simplesmente
os exames são realizados pois
essa questão já está incutida na população. Com os animais também deveria ser
assim. Várias fases acontecem com o
tutor entre e após a morte do animal.
Quando ainda vivo, porém em estado terminal
ocorrem as fases de negação, choque, isolamento. A fase da raiva ocorre quando os tutores se
dão conta da realidade, da morte do animal e ficam zangados disparando
sentimentos de raiva em todas as direções. Podem se sentir traídos pelo animal
que não mais está ali, pelos membros da família que não demonstram a dor da
mesma maneira, pela sociedade, pelo médico veterinário e até mesmo por Deus.
Embora a raiva indiscriminada não tenha lógica, o emocional do tutor não permite que o mesmo não se sinta irado. A
culpa pode ser a fase imediata, quando o tutor fica se perguntando se realmente
fez correto. “Será que fiz o que podia?” “Será que deveria ter ouvido outro
profissional?”, “Será que dei a atenção devida?” A culpa é recorrente pois o
tutor também se sente responsável. Em
casos mais graves pode se instalar a depressão, principalmente em donos idosos
e nesses casos o auxílio médico deve ser procurado. Já a fase da recuperação é
a fase da aceitação da morte como algo que não poderá ser alterado e começam a
vir, aos poucos, as recordações e se instala a saudade. Não necessariamente todas as fases irão
ocorrer, e algumas podem não ser experimentadas. Cada indivíduo é único nos
seus sentimentos. O tempo vai curando as
feridas e chegará o dia das lembranças vividas e das brincadeiras vivenciadas.
Chegará o tempo que a pessoa estará pronta para a chegada de um novo animal de
estimação na família.
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